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Durante a realização da nona edição do Encontro de Extensão da Universidade Federal do Cariri (ENEX), o trabalho extensionista fez o movimento contrário: em vez de ir às comunidades foram elas que vieram à universidade.

Juntos, representantes da comunidade e universitários em ações de extensão em andamento compartilharam experiências, a fim de avaliar se o papel da extensão, em contribuir com o desenvolvimento da sociedade, vem obtendo resultados.

Foi o que propôs o debate na mesa redonda “O que a comunidade tem a dizer”. O coordenador geral do projeto “A Voz da Juventude” e professor da UFCA, Carlos Wagner Oliveira, expôs o desenvolvimento do projeto aos presentes na última terça, 14, no auditório da Faculdade de Medicina, campus Barbalha.

A partir dos eixos da agroecologia, da comunicação e da gestão social, “A Voz da Juventude” é desenvolvido com os moradores do Assentamento 10 de Abril, na cidade de Crato, desde 2014 e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Articulador e bolsista do projeto, José Antonio Noberto, falou sobre a contribuição da universidade na realização da iniciativa e do emponderamento da comunidade fortalecido: “hoje a gente não acha que para crescer precisa estar na cidade, que é desenvolvido quem está na cidade. Não. Hoje a gente sabe que quem está na zona rural não é melhor nem é pior, mas que as oportunidades são diferentes. E nossa comunidade está lutando para crescer”, declarou.

Da comunicação comunitária, a mesa redonda passou a tratar sobre a espiritualidade no tratamento médico, marca da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade do Cariri (Liase), formalizada desde 2013 junto à Pró-reitoria de Extensão da UFCA.

Os integrantes da Liase, Arthur Fernandes e Aline Quental, apresentaram a trajetória da Liga, a forma de atuação em unidades de saúde da região e o diferencial de estar vinculado à grade curricular do curso de Medicina.

A enfermeira Darcylene Souza Feitosa e representante da Secretaria de Saúde de Barbalha somou ao debate, relatando contribuições da Liase na vida dos pacientes e no sistema de saúde do município: “Isso me emociona muito, quando vemos que os pacientes se tornam protagonistas, quando se chega à essência do ser. E isso faz uma diferença enorme, tanto para comunidade quanto para os profissionais, como para os acadêmicos, porque são pessoas cuidando de pessoas”, disse.

Estas são algumas das 83 ações coordenadas pela PROEX, pelas quais cerca de 30 mil pessoas no Cariri são beneficiadas pelas iniciativas de extensão da UFCA. Na avaliação da pró-reitora Cláudia Araújo Marco, um dos maiores resultados deste trabalho é o aprendizado entre universidade e comunidade em busca do desenvolvimento regional: “Às vezes a gente se acha tão grande porque somos da universidade, mas, quando entramos em contato com as comunidades, vemos como eles sabem tanto, nos ensinam tanto. A palavra que resume isso é aprendizado. Quanta coisa temos que aprender. Quantas nos ensinam. Quantos sentimentos aflorados quando escutamos a comunidade”, reforçou Claudia Marco.

O encontro de experiências foi uma das atividades dentro da programação do IX ENEX. Durante o período da tarde, cerca de 60 pessoas escolheram uma das três oficinas que propuseram contribuir com o aperfeiçoamento da formação dos extensionistas.

Na oficina “Mediação de Grupos”, a facilitadora Antonia Camila Viana Batista explicitou para os participantes acerca das várias ferramentas que os bolsistas podem desenvolver nas atividades, independente da faixa etária e da oferta de material nas oficinas. Ela trabalhou, por exemplo, com a perspectiva da colagem e da escuta em grupo. Foi ofertado ainda o minicurso “Aplicação prática da Lei de Crimes Ambientais”, ministrado pelo professor Geovani Oliveira Tavares.

Os bolsistas de extensão puderam ainda aventurar-se na produção sem custo adicional de vídeos minutos, em que é possível, a partir do celular, “narrar tramas pelo audiovisual”, como afirmou um dos oficineiros, Márcio dos Santos Feitosa.

Ao lado de Rodolfo Gabriel Santana, eles ofereceram a oficina “Cinema de Guerrilha”, a partir da qual se busca romper com a perspectiva de alto custo para fazer audiovisual e da necessidade de registrar os dilemas enfrentados no dia a dia. Como resultado do encontro, foram feitos quatro vídeos, a serem disponibilizados posteriormente para acesso ao público.

O IX Enex também realizou a quinta edição do Fórum de Coordenadores de Ações de Extensão. Na pauta, dentre outros assuntos, deu-se início ao processo de criação do I Congresso Extensionista do Cariri, com previsão de acontecer no próximo ano. Para o edital das Bolsas de Extensão, também em 2017, os presentes estudaram a possibilidade de ofertar oficina de orientação para submissão de projetos na universidade, com data a ser divulgada.

Nesta edição, o objetivo do ENEX concentrou-se na formação dos bolsistas das ações de extensão. A edição seguinte será realizada no campus Crato, no dia 31 de agosto, e terá a proposta de avaliar os primeiros resultados dos projetos em andamento. O último ENEX do ano ocorrerá durante a realização da Mostra UFCA, de 19 a 21 de outubro, no campus Juazeiro do Norte.

 

FONTE: PORTAL UFCA