O projeto de extensão “Construindo a Escola Livre”, integrante do Programa Paideia – Cidade Educadora, que engloba a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da Universidade Federal do Cariri (UFCA) realizou na tarde da última sexta-feira, 10, uma roda de conversa com o tema:” O que é uma escola livre?”, para abertura de suas ações no ano de 2016. Estiveram presentes o professores Eduardo Vivian, Ivânio Azevedo e a servidora da UFCA, Emanoela Callou.
Cerca de 50 pessoas, estiveram presentes na abertura das ações para o ano de 2016 do projeto “Construindo a Escola Livre”, entre eles alunos do ensino médio público que participam das ocupações nas escolas, professoras grevistas do Estado do Ceará e a comunidade acadêmica. De início o projeto e seus integrantes foram apresentados e em seguida exibido o documentário “Escola Moderna”.
Após a apresentação, os convidados deram abertura a roda de debates. O professor do curso de Administração Pública da UFCA Eduardo Vivian expôs seu pensamento sobre o estilo de escola livre que ele enxerga, dando ênfase a liberdade, dando ênfase a quebra de paradigma do sistema escolar atual, fazendo referência ao livro “Sociedade sem escolas”, do Iven Illich.
Posteriormente, a Emanoella Callou falou sobre a atividade realizada pelo Programa Institucional de Extensão (PIE) – Relação entre a Universidade e a Escola Básica, cujo teve uma experiência de um ano na Escola de Ensino Profissionalizante Aderson Borges de Carvalho, popularmente conhecido como Liceu, localizado em Juazeiro do Norte. Segundo ela, o objetivo desse projeto é quebrar esse formato de escola engessada, através de oficinas, com um diferencial dentro e fora da sala de aula.
Finalizando a fala dos convidados, o professor dos cursos de Filosofia e Música Ivânio Azevedo falou da parte histórica a partir da anarquia, exemplificando com a relação que as greves e as ocupações das escolas tem com os posicionamentos políticos do anarquismo. Segundo ele, esse contato para os argumentos teóricos servem de embasamento para a formação do senso crítico do estudantes presentes. “Foi uma experiência ótima, pois houve uma troca de posicionamentos entre estudantes universitários e da ocupação”, indagou o professor.
Um roda de conversa foi aberta após as apresentações, onde os participantes do evento expuseram seus pensamentos diante do tema proposto. Angélica Almeida, 27, uma das idealizadoras do projeto, fala da sua satisfação em ouvir dos estudantes e professoras da escola básica os seus anseios e que isso vai ajudar na construção das novas ações do projeto. “Foi muito importante, pois nos ajudou a ter um norte e a partir daí construirmos o projeto a partir disso, colocando como um dos pilares formar pessoas para o senso crítico”, ela relatou.
Para a Beatriz Ricarte, 16, estudante do 2° ano do ensino médio e líder da ocupação na Escola de Ensino Médio Presidente Geisel, o Polivalente, foi importante participar desse evento porque expandiu sua mente para outros pensamentos. “Acho que se deve criar esse tipo de escola livre, porque o indivíduo pode ser politizado e e tornar cidadão”, finalizou Beatriz.