Na última quarta-feira, 02, a Liga Universitária de Patologia do Cariri (LUPAC) do curso de Medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCA) realizou evento com o tema: “Zika Vírus e Microcefalia”, abordando as problemáticas que envolvem esse assunto da atualidade. Os convidados foram o Pablo Pita, médico infectologista, a Sarah Moreira, médica ginecologista e obstetra; e a Lilianny Medeiros Pereira, médica neonatologista.
O objetivo do evento foi trazer para a UFCA um ampliamento da visibilidade dessa problemática, com os profissionais da região que estão na linha de frente dessa questão, dividindo suas experiências. O infectologista Pablo Pita trouxe o tema “A infecção pelo Zika Vírus”, com o intuito de mostrar as origens da doença, reconhecendo a prática clínica, auxiliando a entender como diagnosticar e tratar. Em seguida, a temática “Abordagem da gestante com Zika” apresentada pela ginecologista Sarah Moreira, apresentando os métodos propedêuticos disponíveis para o diagnóstico da infecção fetal pelo Zika Vírus.
Por fim, a neonatologista Lilianny Medeiros falou sobre “Síndrome da Zika Congênita” mostrando o fenótipo da microcefalia por Zika e como abordar as crianças que possuem essa doença. Ela também apresentou vídeos dos seus pacientes, com a evolução diante do tratamento. Ambos relataram como verificar esses casos na prática, quais exames realmente estão funcionando pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras questões.
O evento finalizou com uma apresentação do bolsista do projeto Raul Barros. Ele apresentou um caso clínico de autópsia da síndrome da Zika congênita, a partir de um artigo que retrata o caso de uma paciente da Eslovênia que contraiu Zika em Natal, Rio Grande do Norte e optou, na Europa, por interromper a gestação devido a microcefalia. Após a interrupção foi realizada a autópsia, avaliação em microscópio eletrônico e pesquisa do vírus , mostrando que só o Zika foi positivo, comprovando que realmente tinha a associação da infecção com a microcefalia.
O professor do curso de Medicina Sávio Machado, 29, falou de como a participação nesse foi importante. Ele que leciona Patologia no 3º semestre, fala que as experiências no evento deram-lhe mais liberdade para conversar com seus alunos sobre o tema. “Tivemos a oportunidade de ouvir especialistas no tema que lidam no dia-a-dia com o problema. Como se trata de doença nova, é difícil pra nós selecionarmos as fontes de conhecimento seguras e confiáveis”, ele completou.
Para os estudantes não foi diferente. Marina Melo, graduanda do 10º semestre de Medicina, relatou que ouvir experiências atuais com diferentes segmentos englobados no mesmo tema foi responsável por ampliar seu olhar, não só na teoria, mas na prática, de acordo com as vivências relatadas pelos profissionais palestrantes. “Um assunto tão atual e de importante relevância na saúde pública nos últimos meses, achei o tema interessante e convidativo. Senti que a troca de conhecimentos com meus professores presentes na plateia foi importante. Compartilhamos conhecimentos e aprendizados, sobre o Zika”, finalizou Marina.
*Matéria construída com apoio do bolsista Raul Barros