Vinculado ao Programa Paídeia – Cidade Educadora da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), o Movimento Estudantil em Defesa da Mulher (MUDEM) realizou na terça-feira (23) o V Café Debate, com o tema: “Mulher e direito à cidade: a liberdade de criar nossos espaços e a nós mesmas”, com as palestrantes Camila Prado, Maria Soares e Cecília Lobo.

O evento aconteceu no auditório da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Campus Juazeiro do Norte. Contou com a presença de alguns estudantes, para debater sobre o direito da mulher aos espaços públicos. As cidades modernas são dominadas pela lógica do consumo que sustenta o capitalismo e a exclusão social, sendo vivenciadas pelos grupos sociais marginalizados, como negras e negros, LGBTs, deficientes, entre outros.

A Profa. Dra. em Filosofia Camila Prado é graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Filosofia pela mesma Universidade e doutora em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Também é professora dos cursos de Filosofia Licenciatura e Bacharelado e de Jornalismo da UFCA, chegou abordando o papel da mulher desde a antiguidade a partir dos pensamentos filosóficos, qual era o espaço da mulher dentro das cidades antigas.

Maria Soares, 22, é formada em Comunicação Social – Jornalismo pela UFCA, trabalha como repórter da Cariri Revista e é militante do RUA – Juventude Anticapitalista. Seu trabalho de conclusão de curso foi sobre mobilidade e pensando nisso, levou a ideia de buscarmos uma cidade a partir do pensamento feminista, visando a mobilidade urbana e a questão da mulher nos espaços públicos na atualidade, como por exemplo, os casos noticiados na mídia de assédios dentro dos ônibus e metrôs de diversas cidades no país.

Segundo ela, a iniciativa do MUDEM e do Paideia em trazer esse tema é muito importante, pois esse tema é muito pertinente na nossa vida. “Foi uma ótima experiência! Em tempos de ‘bela, recatada e do lar’ e de governo másculo e antidemocrático, juntar mulheres e homens para se tecer pensamentos sobre como a cidade pode ser mais acolhedora para as mulheres e como as mulheres podem reivindicar uma nova cidade a partir das lutas cotidianas foi um belo ato”, disse Maria.

A palestra finalizou com Cecília Lobo, graduada em Direito, especializada em Docência do Ensino Superior e mestre em Direito, ambas formações pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha com coordenadora do curso de Direito do Centro Universitário Leão Sampaio (UniLeão) e apresentou as questões jurídicas, como a Lei funciona para as mulheres nos casos de assédio, feminicídio, entre outros crimes.

A estudante do curso de Jornalismo e bolsista do Paideia, Pâmela Queiroz, 18, disse que o espaço foi de suma importância, principalmente por ter acontecido na UFCA, um local de difícil acesso, distante das periferias, consequentemente afastando as mulheres periféricas de debates nessa temática. O transporte público também colabora com esse quadro, pois mesmo com as melhorias ainda está em déficit. “É importante discutir isso para percebermos que não é uma realidade distante da gente e que precisamos nos organizar para mudar a necessidade. Não só discutirmos, mas se organizar e tomar medidas efetivas que tenham uma mudança real”, finalizou Pâmela.

O Café Debate acontece duas vezes ao ano, com previsão da sexta edição acontecer no próximo semestre.